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Que qualificações e competências 4.0 para o futuro?

Até 2025 estima-se que se vão perder 7 milhões de empregos na Europa devido à revolução 4.0. Para nos adaptarmos aos novos tempos é preciso“aprender diariamente” e saber aprender ao longo da vida. A formação é um instrumento fundamental de desenvolvimento e de mudança e que tem merecido uma forte aposta do ISQ.

A revolução 4.0 existe, veio para ficar e para progredir. Não se trata apenas de digitalização. A digitalização é o suporte, o instrumento das disrupções na economia, na cultura de gestão e de formação e tem impactos sociais, nas nossas vidas, nas nossas famílias e nos nossos empregos. Neste cenário, a formação profissional terá uma forte intervenção, com a missão de preparar os jovens para empregos de futuro, qualificar, atualizar e requalificar os adultos.

As estimativas apontam para a “perda de empregos” na ordem dos sete milhões de postos de trabalho até 2025 devido à revolução 4.0. Como tal, o ISQ, que integra o Comité Nacional 4.0 e que tem sido um grande mobilizador destas questões ao nível Europeu e nacional, tem lançado alertas para a necessidade de acelerar, em toda a Europa, processos de formação para a requalificação de adultos e preparação orientada dos jovens com idades entre 13-25 anos através de  cursos de formação profissional.

Os números mostram esta urgência. Estudos apontam para uma perda de cinco milhões de empregos na Europa nos próximos três anos (até 2020), 54% dos empregos estão altamente vulneráveis e a revolução terá certamente impacto em todos os empregos existentes (qualificados e não qualificados). Confesso que tenho uma visão muito mais otimista, como alguns investigadores internacionais.

Por outro lado, quando equacionamos quais as competências e empregos para o futuro, são muitas as dúvidas, mas existem já algumas projeções desconcertantes: dois terços das crianças que estão a frequentar o ensino básico na Europa trabalharão em empregos que ainda não existem; terão seis empregos em cada 10 anos (contrariamente à nossa geração: dois a seis empregos durante toda a vida); metade dos cidadãos nos EUA serão freelancers em 2020. É neste cenário que temos que agir, rapidamente e diariamente.

Aprender ao longo da vida

Para nos mantermos a par das mudanças, que são diárias e não vão parar de acontecer, todos temos de “aprender diariamente” e saber aprender ao longo da vida. Os cursos de formação serão um bom suporte de aprendizagem estruturada e formal, mas outras formas de aprendizagem informal devem ser estimuladas e valorizadas. Temos de “aprender a aprender para lifelong learning”. Aprender a aprender passa a ser uma competência “core”, no rol das soft skills. Na realidade, a capacidade de aprender diariamente passa a ser uma “hard skill” da Indústria 4.0.

Acredito que a formação é parte da solução e tem que ser implementada de forma integrada com as políticas públicas de inovação e internacionalização de empresas e, consequentemente, de alteração de modelos de negócio e de melhoria de competências de todos os trabalhadores. E, aqui, incluo dirigentes e profissionais altamente qualificados.

Estaremos a falar apenas de competências digitais? Nem pensar! É muito mais alargado, requer mudanças em muitas áreas e a muitos níveis nas organizações.

A oferta do ISQ para a formação 4.0

Sendo o ISQ um parceiro para soluções empresariais, procuramos oferecer soluções empresariais de gestão e de processo que se coadunam com a implementação de tecnologia digital, automação, manufatura aditiva, 3D printing e robotização, entre outras.

Nas áreas de inovação e investimento, o ISQ apresenta uma oferta quase única em Portugal: 3D printing, BIM (building information modeling), manufatura aditiva, robotização, automação e monitorização contínua de dados são alguns exemplos. Quando necessário são feitas parcerias com outros players, num contexto de ecossistema.

Além disso, consegue associar os resultados de investigação e desenvolvimento de capacitação de trabalhadores especializados e formadores. Neste âmbito, o ISQ foi coordenador de um workshop sobre SMART VET 4.0 na VET Skills Week, organizado pela Comissão Europeia, em Bruxelas, com resultados muito inovadores, promissores e aplaudidos.

Por outro lado, o catálogo de formação do ISQ oferece cursos inovadores com certificação internacional e destaca-se pela aposta em casos práticos e em práticas simuladas, recorrendo a simuladores ou à realidade aumentada, entre outros, como é o caso do simulador de soldadura usado na qualificação de soldadores.

Cientes de que as empresas precisam muitas vezes de apoio nestas matérias, o ISQ disponibiliza soluções à medida de gestão e desenvolvimento de talentos, incluindo competências críticas 4.0 e a criação de academias de formação para colaboradores ou para prestadores de serviços.

As novas competências new color

Existem, pelo menos, seis grandes áreas de novas competências new color (por oposição às white color e blue color), com grande enfoque técnico especializado, que estão entre os níveis três e seis do Quadro Europeu de Qualificações (EQF).

  • Automação e programação

As competências “tradicionais e técnicas” do 4.0 – automação, robótica, programação, cibersegurança, inteligência artificial, manufatura aditiva, 3d printing, big data, competências digitais, comando de drones, robots móveis.

  •  Gestão de redes, pessoas e risco

Gestão de redes, gestão de pessoas e equipas e gestão de projetos, gestão de redes sociais, e-marketing, gestão negócio orientado para cliente (CRM, estratégia, internacionalização), gestão operações, gestão do risco.

  • Otimização e eficiência

Recolha, análise, tratamento dados (data integrity e smart data), monitorização e disponibilização, ongoing dados (smart), controlo de qualidade, gestão de eficiência (lean, 6sigma).

  • Competências verdes e de sustentabilidade

Gestão ambiental (3R, economia circular), gestão “verde” de tecnologia e recursos (e-waste).

  • Design de produto

Desenvolvimento de produto, design thinking.

  • Competências críticas

As chamadas soft skills, que na realidade são hard skills abarcam o empreendedorismo, a inovação, criatividade, inteligência emocional, comunicação, colaboração, línguas, aprender a aprender, resolução de problemas, pensamento crítico, competências digitais (pegada digital), diversidade e tolerância, responsabilidade.

Era 4.0: uma revolução para as empresas

Quando falamos em revolução e “evolução 4.0” da economia estamos também a falar de uma série de mudanças para as empresas:

  • A digitalização de processos de produção (bens e serviços) tendo por base plataformas digitais comunicantes, ao longo da cadeia de valor (processo, equipamentos e pessoas).
  • A implementação de novos modelos de negócio suportados nas tecnologias digitais e na tecnologia, mais focada no cliente, implicando mais eficácia de recursos e maior eficiência de resultados na satisfação de clientes.
  • A empresa alarga o seu mercado (e-commerce), internacionaliza-se, consegue reduzir custos de processo e aumentar mais valias nos serviços prestados (mais humanos, por mais e melhores pessoas).
  • A economia digital suportada na tecnologia e nas tecnologias digitais implica, antes de mais ou em simultâneo, uma reformulação (revolução ou evolução do modelo de negócio). Não é possível ter o “melhor de dois mundos” sem mudanças internas ao nível da gestão, dos processos e modelos de controlo e monitorização.

Por Margarida Segard, Adjunta de Direção de Formação em Tecnologia & Qualidade nº5: https://bit.ly/2oeruVw

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