descarbonização da indústria

Descarbonização: os avanços da Galp Gás Natural Distribuição

Entrevista com Gabriel Sousa, CEO da GGND 

Portugal dispõe de ativos estratégicos no setor do gás natural que favorecem a injeção e o uso de gases renováveis, como o hidrogénio verde. Gabriel Sousa, CEO da Galp Gás Natural Distribuição (GGND), destaca que esse fator é fundamental para o desenvolvimento de um cluster competitivo no hidrogénio e para a descarbonização da indústria. Em entrevista à revista do ISQ – TRUST – , o responsável da GGND sublinha os esforços da empresa para alcançar esses objetivos e impulsionar a transição energética do país. 

Qual o papel do hidrogénio verde na atividade da GGND? 

A Galp Gás Natural Distribuição (GGND), como líder na distribuição de gás natural em Portugal, está totalmente comprometida com a descarbonização da distribuição de gás, principalmente por meio da injeção de gases renováveis, como o hidrogénio verde. A injeção de hidrogénio na rede de distribuição evita a obsolescência de ativos modernos e ainda não amortizados, otimizando a infraestrutura existente e garantindo que não se perca o potencial de utilização desses ativos. Essa estratégia também facilita a injeção descentralizada de energia renovável no sistema energético nacional, contribuindo para a redução dos custos da descarbonização e oferecendo uma alternativa mais eficiente e viável em comparação com a eletrificação total. 

Como será feita a incorporação do hidrogénio na rede? 

A possibilidade de receber hidrogénio na rede de distribuição de gás é fundamental para a descarbonização da indústria e evita a obsolescência de uma infraestrutura valiosa e moderna. A injeção de hidrogénio verde permite a introdução imediata e descentralizada de energia renovável no sistema energético português, além de reduzir os custos associados à descarbonização. Ao incorporar gases renováveis como o hidrogénio verde, Portugal pode avançar para uma transição energética mais eficiente, sem depender de métodos mais caros, como a eletrificação exclusiva. A utilização desta infraestrutura moderna é um dos principais fatores que tornam Portugal um país com grandes vantagens para atingir as ambiciosas metas de descarbonização. 

O projeto-piloto de injeção de hidrogénio verde 

A GGND está a desenvolver um projeto-piloto focado na injeção de hidrogénio verde na rede de gás natural da Setgás, operada pela própria GGND. Este piloto será implementado no Parque Industrial do Seixal, em Setúbal, onde a empresa Gestene já possui um eletrolisador e um parque fotovoltaico para produzir, de forma experimental, 10 m³/h de hidrogénio verde. A proximidade entre a unidade de produção e a rede da Setgás, bem como a configuração da rede de distribuição local, permite que este projeto abranja cerca de 80 instalações residenciais. Para ligar o ponto de produção ao de injeção, será construída uma nova linha de rede de 1.400 metros, que transportará 100% de hidrogénio. A primeira fase do projeto verá a mistura H2/GN atingir até 5%, e, na segunda fase, esse valor poderá ser elevado para 20%, utilizando hidrogénio produzido com energia verde comprada, caso necessário. 

Como será a implementação no terreno? 

O projeto-piloto de injeção de hidrogénio verde na rede de gás natural da Setgás está a ser cuidadosamente preparado pela GGND, com a previsão de iniciar até ao final de 2020 e com duração total estimada de dois anos. Este projeto será uma oportunidade para estudar o impacto da injeção de hidrogénio na gestão da infraestrutura de distribuição e nos equipamentos de queima dos consumidores, permitindo avaliar soluções que otimizem o Sistema Nacional de Gás (SNG) para a transição energética e a descarbonização da indústria. 

Qual a importância deste projeto da GGND para Portugal? 

Este projeto é fundamental para testar e avaliar a integração do hidrogénio nas redes de gás natural e o impacto na descarbonização da indústria. A iniciativa permitirá estudar o impacto da injeção de hidrogénio na infraestrutura de distribuição e nos equipamentos de queima dos consumidores, contribuindo para a adequação do SNG à transição energética. Além disso, o projeto serve como um passo inicial para a implementação das cadeias de valor power-to-gas em Portugal, com o objetivo de cumprir as metas nacionais de incorporação de hidrogénio nas redes de gás natural, conforme estipulado no Plano Nacional do Hidrogénio, que prevê uma incorporação de 1% a 5% até 2025 e de 10% a 15% até 2030, e no Plano Nacional de Energia e Clima 2030, especialmente no que diz respeito à incorporação de energia renovável no consumo final bruto. 

Este esforço pioneiro da GGND é uma peça-chave para a transição energética de Portugal, dado que impulsiona a descarbonização da indústria e a redução das emissões de carbono. Para que esta transformação seja bem-sucedida, é fundamental contar com conhecimento técnico, inovação e soluções especializadas. 

Neste percurso, o ISQ é um parceiro estratégico, que garante qualidade, segurança e eficiência nos processos de descarbonização e na implementação de novas tecnologias energéticas. Saiba mais sobre os avanços da Galp e o papel do ISQ na transição energética na Revista do ISQ.

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