EXCELENTE PERFORMANCE RUMO À ARIANE 6
O ISQ integra o ESQS (Europe Spatial Qualité Securité), um agrupamento industrial de empresas europeias que presta serviços à indústria aeroespa-cial nas áreas da Qualidade, Fiabilidade, Segurança e Ambiente.
Segundo Patrick Pélissié, diretor de Exploração na Guiana Francesa, a equipa do ISQ, com a sua excelente performance, continuará nos próximos desafios: Ariane 6.
O que é o ESQS e qual a sua atividade no âmbito do sector aeroespacial?
É um consórcio, um grupo de interesse económico (GIE) criado em 1996 na Guiana Francesa, com o intuito de prestar serviços à indústria espacial no âmbito da Qualidade, Fiabilidade, Segurança, Ambiente e Controlo Regulamentar. Reúne as competências de nove empresas euro-peias: Apave (França), Apave Itália (Itália), GTD Ingeneria de Systemas lá Software (Espanha), Heracles (França), ISDEFE (Espanha), ISQ (Portugal), ROVSING A/S (Dinamarca), TÜV Industrie Service GmbH (Alemanha) e Vitrociset (Itália).
Este GIE foi criado com os parceiros europeus para satisfazer os requisitos de qualidade e de investimento da Agência Espacial Euro-peia (ESA), tendo uma estrutura suscetível de maximizar as competências e especialidades dos vários parceiros através de uma organização centralizada e estruturada. Era obrigatório que o consórcio tivesse apenas empresas europeias e selecionámos as melhores. Temos um consórcio sólido, sustentável e com excelente reputação.A sede do GIE ESQS está localizada em Kourou, Guiana Francesa, e todas as atividades são realizadas na base espacial por cerca de uma centena de especialistas.
O número de especialistas permanentes varia dependendo dos ciclos de exploração e do número de bases de lançamento em atividade. Inicialmente houve apenas Ariane 4 e, em seguida, em períodos concomitantes, Ariane 5, Soyuz e Vega.Atualmente, em Kourou, estão em exploração três bases de lançamento (Ariane 5, Soyuz e Vega), sendo os lançamentos co-mercializados pela Arianespace. O nosso GIE ESQS está a prestar serviços industriais nas três bases de lançamento nas áreas inicialmente referidas.
Como avalia a parceria do ISQ?
O ISQ tem uma excelente performance, está totalmente integrado na equipa consórcio ESQS que opera nas três bases de lançamento, desenvolvendo atualmente atividades nas áreas da Qualidade, Fiabilidade, Segurança e Ambiente. Todos os peritos dos parceiros vestem a mesma “camisola” ESQS. A equipa ESQS é uma equipa grande e coesa, totalmente integrada em equipas ainda maiores da Arianespace e do Centro Espacial Europeu da Guiana Francesa (CNES).A garantia da Qualidade e Ambiente são grandes desafios para a aeronáutica.
Qual a importância da intervenção deste GIE ESQS neste domínio?
No âmbito da Qualidade, realizamos dois tipos de serviços: um para a Aerianespace e outro para o CNES. Para a Arianespace, trabalhamos na qualidade operacional (qualidade a bordo e qualidade no solo) dos sistemas de lançamento Ariane 5, Soyuz e Vega. Para o CNES, fornecemos serviços ao nível da Qualidade de todos os meios do solo que contribuem para os lançamentos: preparação de cargas, telecomunicações, telemetria, testes e ensaios, meteorologia e energia, entre outros.
Quer para a Arianespace quer para o CNES, realizamos serviços na área da gestão e proteção ambiental, bem como nos domínios de proteção de pessoas e bens, de todos os sistemas de lançamentos existentes.
No caso do CNES, estes serviços abrangem também a atividade de preparação de satélites, por exemplo, ensaios e testes químicos cada vez que a Ariane 5 é lançada e os controlos regulamentares, entre outros.
E para o futuro, qual é o maior desafio?
Passei 20 anos na Guiana Francesa, desde 1983 a 2013. Quando lá cheguei éramos quatro ou cinco pessoas no GIE, agora somos 150. Havia apenas uma base de lançamento, sem voos comerciais; agora há três bases de lançamento e vários voos comerciais. O grande desafio é esta diversidade, cada vez com exigências maiores.
Ariane 6 será sem dúvida o novo grande desafio. O projeto foi iniciado e irá substituir, ao longo do tempo, Ariane 5. Ariane 6, com o objetivo de redução de custos e maior performance, está a lançar no ESQS a necessidade de ter cada vez mais técnicos e engenheiros polivalentes, que consigam trabalhar nas três bases de lançamento em simultâneo, com várias valências técnicas e integradas.
A par deste desafio existe um outro no GIE: o domínio da língua francesa, em falta em todos os membros e na Europa inteira. É um problema encontrarmos engenheiros e técnicos especialistas nestas áreas que dominem razoavelmente a língua francesa. Há sempre necessidade de formação específica de carácter mais técnico ajustado às necessidades da ESA, que é feita no local, on job training, num regime de formação prática dual.