Estávamos no verão de 2006 quando integrei a missão do ISQ no âmbito da segurança no trabalho, em Kourou, na Guiana Francesa, onde se encontra o Centro Espacial Europeu (CSG) e o mais avançado de todos os foguetes, Ariane 5.
O Centro Espacial Europeu é responsável pelo lançamento de grande parte dos satélites e dispositivos que orbitam em torno da Terra e permite-nos usufruir de muitos serviços, destacando-se as telecomunicações, a imagem, internet, defesa no âmbito militar e, durante algum tempo, o fornecimento da International Space Station (ISS) através de um projeto ESA ATV (Automated Transfer Vehicle/Veículo de Transferência Automatizado), no qual participei no controlo e segurança de operações nas cinco unidades lançadas a partir de Kourou.
Confesso que num primeiro momento, após a solicitação, senti um misto de medo e de curiosidade pessoal, mas também e sobretudo de curiosidade profissional ao me ser dada a possibilidade de poder colaborar num projeto com esta dimensão e por tudo o que ele envolve.
Portugal, embora participante ativo enquanto Estado-membro da Agência Espacial Europeia (ESA), não tinha tido uma grande intervenção técnica e especialmente operacional nos processos ligados aos lançamentos efetivos, sendo este um fator decisivo para que a minha participação fosse encarada não só como um desafio pessoal, mas sobretudo profissional, com base em todo o know-how adquirido ao longo dos anos ao serviço do ISQ.
A adaptação à cultura local, o afastamento da família, a língua francesa técnica e muito específica da indústria aeroespacial foram dificuldades que obrigaram a um empenho total, que acabou sendo recompensado por ter conseguido prolongar a permanência para além dos três anos inicialmente previstos.
Durante todo este tempo tive oportunidade de gerir ativamente, em matéria de segurança no trabalho e controlo de operações, quer a partir do BCS (Bureau de Coordination Sauvegard), de onde se controlam e gerem as atividades de risco comuns a todas as áreas, tais como transporte de matérias perigosas, como “hidrazinas”, usadas como combustível para as denominadas cargas úteis (satélites), quer a descarga dos navios que transportam uma parte dos elementos a serem utilizados nos diversos foguetes.
Nestes dez anos participei ainda na preparação das cargas úteis EPCU (Ensembles de Preparation Charge Utile) como parte integrante da carga útil a ser transportada inicialmente no Ariane 5 e mais tarde também no foguete russo Soyuz, como solução intermédia em relação às dimensões da carga útil e cujo primeiro lançamento ocorreu em Outubro de 2011, em Kourou.
Por fim, mas não menos importante, deu-se o nascimento do foguete Vega, o mais pequeno dos foguetes. Tratou-se de um projeto europeu cujo primeiro lançamento ocorreu em fevereiro de 2012, vindo complementar a “família” de foguetes europeus e disponibilizar soluções adaptadas às necessidades de cada cliente em matéria de carga útil.
Foto: Arianespace
O Centro Espacial Europeu torna-se assim numa referência de credibilidade e sucesso com base no rigor, qualidade e management, da qual o ISQ é parte integrante.
Sendo um projeto iniciado pelo ISQ, o insight está aberto a contributos de todos que queiram participar e possam trazer a sua visão, estudos científicos e opinião fundamentada para enriquecer os temas e o debate.
Se a sua atividade está ligada à investigação ou à análise e implementação de medidas nos tópicos aqui debatidos, contacte-nos com o formulário anexo.
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