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Uma revolução urbana para garantir o futuro

Sustentabilidade, Inovação, Transformação Digital

o crescimento da população nas cidades não mostra sinal de querer abrandar e é cada vez mais claro que os recursos atuais não serão suficientes para este crescimento. para conseguirmos continuar a evoluir, é necessário repensar as cidades.

Por Anabela Bento

As mega-cidades

Até 2050 haverá 6 mil milhões de pessoas a viver nas cidades. Este número equivale a cerca de 70% da Humanidade, o que significa que o número de megacidades não parece querer parar de crescer e que, mais do que densificar e expandir, será preciso reformular as urbes.

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A dúvida é: como poderemos fazê-lo sem destruir o planeta?

Os maiores desafios das cidades são a resiliência e a sustentabilidade. É, portanto, urgente reforçar a responsabilidade do modelo de desenvolvimento urbano, potenciando a base de recursos endógenos, promovendo a eficiência dos seus subsistemas (energia, mobilidade, água e resíduos) e melhorando a capacidade de resposta aos riscos e aos impactos, especialmente àqueles relacionados com as alterações climáticas.

Para enfrentar todos estes desafios, é necessária uma verdadeira revolução urbana. Só será possível vivermos em cidades livres de poluição até 2050 se reduzirmos a pegada ambiental e se as cidades se tornarem mais autónomas, inteligentes, inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis, como preconiza o 11.º objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

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O ISQ pode apoiar esta transição nas suas várias fases, interligando a experiência, o conhecimento e os serviços em diversas áreas, como por exemplo no âmbito do design e gestão de projetos em cidades, integrando a mobilidade sustentável e prestando serviços de consultoria da pegada de carbono e de diagnóstico de riscos nas cidades.

Uma abordagem holística para a sustentabilidade

Grande parte da riqueza do mundo está nas cidades. Além de terem um potencial maior para a dinamização do emprego, da competitividade e da inovação, apresentam também os melhores indicadores de alfabetização, acesso a cuidados de saúde e mortalidade infantil.

Contudo, é também onde se verificam os maiores problemas ambientais e de exclusão social, devido à escassez de recursos associada à escala e velocidade de crescimento e migração.

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Aliás, as cidades esgotam constantemente os recursos do planeta para nos alimentarem e para crescerem. Mais de 70% dos resíduos mundiais provêm dos meios urbanos, assim como cerca de 60% do consumo global de energia e mais de 70% dos gases com efeito de estufa – os principais responsáveis pelas alterações climáticas.

Consumimos energia e poluímos ao ponto de ver o nosso equilíbrio ambiental ameaçado. Se nada se alterar, a terra será incapaz de satisfazer as nossas necessidades.

Um dos primeiros passos em que o ISQ pode apoiar esta mudança é através de um serviço especializado que permite uma abordagem holística e integrada ao desenvolvimento sustentável e à resiliência, processo este que já está a desenvolver com alguns municípios.

O serviço consiste em realizar um diagnóstico inicial e uma avaliação do desempenho da cidade ao abrigo da Norma NP ISO 37120 – Desenvolvimento Sustentável e Indicadores para os Serviços Urbanos e Qualidade de Vida. Mediante indicadores de diversos domínios (economia, educação, energia, ambiente, finanças, resposta a incêndios e a emergências, governança, saúde, recreio, segurança, alojamento, resíduos, telecomunicações e inovação, transportes, planeamento urbano, águas residuais, água e saneamento), é possível ter uma abordagem uniforme ao que é medido e à forma como essa medição é realizada.

Esta análise permite que as cidades e comunidades tenham uma visão abrangente do seu desempenho e orientem o seu desenvolvimento com um planeamento estratégico mais eficaz. Permite também um suporte de tomada de decisão para a implantação de políticas públicas e para a definição de prioridades, com a possibilidade de partilha das melhores práticas implementadas, integrada numa política de transparência aos cidadãos.

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Desenvolvimento Sustentável e Indicadores para os Serviços Urbanos e Qualidade de Vida

Serviço especializado para diagnóstico inicial e avaliação do desempenho da cidade

O ISQ disponibliza um serviço para diagnóstico inicial e avaliação do desempenho da cidade ao abrigo da Norma NP ISO 37120 – Desenvolvimento Sustentável e Indicadores para os Serviços Urbanos e Qualidade de Vida

Sendo parte integrante de uma nova série de normas internacionais em desenvolvimento para uma abordagem holística e integrada ao desenvolvimento sustentável e à resiliência, o conjunto de indicadores da Norma NP ISO 37120 ( Economia, Educação, Energia, Ambiente, Finanças, Resposta a incêndios e a emergências, Governança, Saúde, Recreio, Segurança, Alojamento, Resíduos, Telecomunicações e Inovação, Transportes, Planeamento urbano, Águas residuais, Água e saneamento) fornece uma abordagem uniforme ao que é medido e à forma como essa medição é realizada. Estes indicadores são utilizados para acompanhar e monitorizar o progresso do desempenho da cidade, de modo a obter um desenvolvimento sustentável caracterizado.

A metodologia usada pelo ISQ permitirá essa abordagem holística e integrada ao desenvolvimento sustentável que inclui indicadores para os serviços urbanos e a qualidade de vida; indicadores para as cidades inteligentes e indicadores para as cidades resilientes

Esta metodologia garante uma análise contínua do desempenho da cidade, conseguindo orientar o seu desenvolvimento através da medição da gestão de desempenho, o que permite um planeamento estratégico mais eficaz e suporta a tomada de decisão para o desenvolvimento de políticas públicas e de definição de prioridades, com a possibilidade de partilha das melhores práticas implementadas, integrada numa política de transparência com os cidadãos.

Adaptação às alterações climáticas

Sabendo que esta batalha se trava a nível local, o ISQ está também comprometido em assessorar as cidades e regiões com os seus planos de adaptação às alterações climáticas, de acordo com o 13.º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável e da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas. O ISQ apoia e dá consultoria na avaliação de potenciais riscos e vulnerabilidades às alterações climáticas, medidas de mitigação e adaptação e nos planos de ação, com respetiva gestão, monitorização e acompanhamento.

Cidades conectadas e inteligentes – cidadãos inteligentes

A cidade conectada ou inteligente é outra ferramenta tecnológica que poderá melhorar as nossas vidas e criar modelos mais sustentáveis e eficientes para o nosso futuro. Promove a ligação entre serviços, organismos e infraestruturas de uma cidade com os seus habitantes. Em 2050, estaremos perfeitamente conectados às nossas cidades, que serão modelos mais inteligentes e cuja transformação já começou. Redes de sensores semelhantes a milhões de neurónios permitirão à cidade reagir e adaptar-se em tempo real às nossas necessidades.

No caso da mobilidade, por exemplo, os urbanistas, através de simulações e algoritmos, podem prever o comportamento humano e os problemas de trânsito nas cidades. Com o auxílio da realidade aumentada e atualizando a simulação em tempo real, criam-se ferramentas que permitem prever o funcionamento de um modelo de cidade: como os veículos se movem, como interagem as pessoas ou como a energia é consumida.

No futuro, o automóvel particular deverá ser substituído por uma rede de veículos inteligentes que facilitarão os nossos movimentos e com acesso à mobilidade por parte de todos. Em breve, teremos nas nossas cidades veículos autónomos, pelo que o número de carros reduzir-se-á substancialmente nos próximos anos e poderemos chegar mais depressa de um ponto ao outro, com um uso mais eficiente das estradas e das infraestruturas. A mobilidade do futuro tem de nos permitir uma vida mais saudável e ter mais tempo para o que de verdade importa: estar com quem mais gostamos e fazer o que mais apreciamos.

O ISQ está comprometido com esta revolução urbana, e já participa em projetos que aliam a responsabilidade social e a sustentabilidade nas cidades. Devemos criar em conjunto novas urbes, densas, multifuncionais, produtoras e facilitadoras, onde possamos encontrar trabalho, entretenimento e habitação. Em 2050, a qualidade de vida passará pela presença de espaços públicos aos quais poderemos aceder a pé ou de bicicleta, onde redescubramos o prazer de passear e de viver sem pressa. Há que repensar as cidades para que sejam locais de felicidade e bem-estar.

há que repensar as cidades para que sejam locais de felicidade e bem-estar

Cidades inteligentes só existem com cidadãos inteligentes e temos a obrigação de envolver os cidadãos na criação urbana e não deixar esta restrita a alguns especialistas. E é essencial criar “infra-estruturas” mais humanas, de maneira a que se viva em locais mais criativos e felizes, que não criem desespero, não gerem violência nem potenciem problemas de saúde mental.

Pode parecer mais caro investir em cidades melhor construídas, com espaços de lazer e cultura, mas não o é a longo prazo.

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Business Development Manager no ISQ. Administradora na dBwave.i Acoustic Engineering. Previamente Diretora da QART.pt e Business Development Project Manager no ISQ Internacional. Doutoranda em Alterações Climáticas e Políticas de Sustentabilidade da Universidade de Lisboa. Formação académica em Engenharia, formação pós-graduada em Gestão de Projetos pela Universidade Católica Portuguesa e WBCSD – World Business Council for Sustainable Development.

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