EMBRAER ensaia semi-asa com apoio do ISQ
A Embraer acaba de fazer o ensaio em solo de uma semi-asa desenvolvida em material compósito no laboratório do Grupo ISQ, em Castelo Branco. O momento foi assinalado com um evento público de divulgação dos testes.
Este é o primeiro projeto de desenvolvimento tecnológico feito em Portugal numa área ainda pouco dominada. Os dois parceiros do projeto, Grupo ISQ e Embraer, ganham valências, sendo que o primeiro ajuda a fixar investimento estrangeiro qualificado em Portugal ao gerar e reter conhecimento.
A Embraer, por seu lado, aumenta a cadeia de valor na indústria aeronáutica ao introduzir, num futuro próximo, materiais mais leves que irão permitir poupanças de combustível e, logo, redução de emissões de carbono, com impactos ambientais importantes.
Ao nível do Grupo ISQ, o projeto consiste na realização de uma série de ensaios estáticos de fadiga na semi-asa, ensaios dinâmicos e de impacto em painéis compósitos, bem como na aero-estrutura, e ensaios de inspeção de materiais. Para o efeito estão a ser utilizadas técnicas avançadas de inspeção não destrutiva, assim como campanhas preliminares de ensaios mecânicos e de impacto. Todo este processo decorrerá até ao final de 2015.
A realização deste projeto obriga à participação de sete áreas distintas do ISQ e da PME Optimal Structural Solutions, da área da Engenharia. Na fase de preparação dos ensaios participaram também algumas empresas da área da metalomecânica. Para a concretização deste desafio o ISQ necessitou construir uma nova infraestrutura de testes, envolvendo um investimento de 4 M€ apoiado pelo Programa COMPETE – QREN. Parceiros importantes, que ajudaram a tornar possível este projeto, foram o IAPMEI, a Embaixada do Brasil, a Câmara Municipal de Castelo Branco e o AICEP. O bom progresso de um projeto como este, de elevado conteúdo e risco tecnológico, é a afirmação de que a Embraer é um exemplo válido de como um investidor estrangeiro se pode instalar em Portugal.
Inicialmente surge numa lógica industrial mas, numa segunda fase, pode alargar o seu leque de atividades para o desenvolvimento de tecnologia, integrando valências do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e contribuindo para a externalidade desejada de se consolidar um cluster da indústria aeronáutica.
Este projeto traz ensinamentos ao ISQ, nomeadamente ao nível da capacitação técnica das equipas em ensaios e em materiais; da disponibilização de uma infraestrutura laboratorial mais completa; do reforço da credibilização comercial resultante do sucesso deste projeto; do aprofundamento do conhecimento no mercado aeronáutico e, consequentemente, da subida na cadeia de valor tecnológico.
A experiência acumulada com o know-how adquirido nesta parceria, permitirá ao ISQ uma maior participação em projetos de investigação e desenvolvimento nas indústrias aeronáutica, energia, automóvel e naval. Adicionalmente, reforça a sua vertente de internacionalização, com a presença destas industriais a nível mundial.