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Julho 2008 © ISQ

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O ISQ na actividade espacial europeia – Porto Espacial Europeu Kourou, Guiana Francesa
NA actividade espacial europeia emparedada entre 2 blocos dominantes após a II guerra mundial – a ex-URSS e os EUA – emerge pelo impulso do estado francês, como uma das potências vencedoras da II Guerra mundial e do aproveitamento do saber científico e tecnológico de investigadores alemães entretanto resgatados ao regime nazi. Após diversas experiências realizadas ao nível de lançamentos de sondas espaciais e protótipos de foguetões no após guerra, na África francófona, estas actividades foram deslocalizadas para a Guiana francesa face ao surgimento de instabilidade política em diversas colónias e protectorados franceses em África, nomeadamente na Tunísia, Marrocos e Argélia.
A Guiana francesa mais conhecida por ser uma terra inóspita de desterrados indesejados na metrópole francesa, tão bem retratado no romance de Papillon, torna-se em 1961 no porto espacial francês – Centre Spatial Guyanais (CSG) e mais tarde europeu através de um protocolo celebrado entre a ESA – Agência Espacial europeia www.esa.int de que Portugal é membro, e o Estado francês.
A localização quase equatorial de Kourou tornou-a interessante para lançamentos de satélites geostacionários (satélites localizados no Equador e girando em torno da terra à mesma velocidade do eixo do planeta, com a consequente fixação a um ponto (zona) de emissão).

Os 3 “role players” do Porto Espacial Europeu que asseguram um acesso independente ao Espaço da Europa, são constituídos pelo CNES, ESA e Arianespace www.arianespace.com. O CNES – Centro Nacional Francês de Estudos Espaciais www.cnes.fr, detentor do CSG alberga todas as instalações inerentes à actividade espacial desde a meteorologia, telemetria e comunicações, passando pelas instalações de montagem de componentes do foguetão Ariane V, da Regelus, à EADS, de preparação dos satélites e fornecimento de meios industriais tais como os de MAN, Cegelec Espace e Air Liquide. Dentro do Porto espacial encontram-se ainda os estaleiros da Soyuz e Vega em curso de finalização. A ESA para além do âmbito dos seus programas espaciais tem uma participação financeira importante relacionada com todas as actividades da base e do foguetão Ariane V. A Arianespace, participada maioritariamente pelo CNES em 34% e directamente pela EADS em 30% com mais de 23 accionistas oriundos de 10 Estados-membros da União europeia, foi criada em 1980, sendo a primeira empresa de Serviços e Soluções de lançamento de foguetões no mundo. Hoje em dia é a transportadora espacial de pay loads (Satélites ou spacecraft) responsável pelos foguetões Ariane V, Soyuz (através da empresa participada Starsem) e futuramente do foguetão VEGA.
O seu foguetão mais conhecido e inteiramente desenvolvido pelos europeus – Ariane V, é o único do mundo no mercado comercial a poder lançar 2 “pay loads” em simultâneo e colocá-los em 2 longitudes diferentes. No início desenvolvido para poder lançar o shuttle europeu Hermes, tornou-se após abandono desse projecto num grande sucesso comercial e tecnológico para a Europa, sucedendo ao foguetão Ariane IV no lançamento de satélites.
Todas as actividades realizadas no Porto Espacial europeu desde a chegada dos componentes do foguetão Ariane V, passando pela preparação e içagem dos satélites, montagem final e lançamento do foguetão, denominam-se Campanha (Campagne), sendo portanto uma sucessão de actividades industriais que conduzem ao fornecimento do serviço prestado pela Arianespace ao cliente. Estas actividades envolvem a chegada dos componentes do foguetão e satélites via aérea e marítima, o transporte dos satélites e componentes do foguetão para a sua preparação, montagem do foguetão no BIL – Batiment Integration Lanceur, com a instalação do 2º andar criogénico, o seu fornecimento posterior ao cliente no BAF – Batiment Assemblage Final para a içagem dos satélites e encapsulamento final (fairing) e a sua transferência para a zona de lançamento denominada ZL3 – Zone de Lancement nº 3 até à cronologia final.
É neste ambiente de Campanha www.videocorner.tv/ariane-visite/ que o ISQ enquadrado num agrupamento complementar de empresas constituído pela APAVE, TÜV, INSA, ICAT e ISQ denominado ESQS – Espace Qualité Securité, desenvolve as suas actividades no sector espacial desde 2003 na América do Sul em Kourou – Guiana Francesa, desempenhando tarefas de inspecção de qualidade, análises de risco e supervisão de operações ao nível solo no sector de fluidos criogénicos, meios de transporte e mecânica geral, tratamento técnico ao nível da qualidade de procedimentos operatórios, na área da segurança assegura a formação de clientes e colaboradores em segurança e realiza actividades de coordenação de segurança de bens e pessoas.
A ESQS desenvolve a sua actividade como prestadora de serviços espaciais na área da Qualidade bordo e sol à Arianespace e na Segurança ao CNES.
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