ISQ FIRMA PARCERIA COM A ARÁBIA SAUDITA| KAUST PARA PROMOVER A DESSALINIZAÇÃO EM PORTUGAL
A escassez de água vai continuar a agravar-se no futuro e a dessalinização tem sido uma das formas apresentadas para responder a esta carência. Por isso mesmo, “o ISQ acaba de assinar uma parceria com a universidade King Abdullah University of Science and Technology (KAUST), para troca de conhecimento e soluções, visando promover a dessalinização em Portugal, começando pela zona mais problemática do país que é o Algarve”, afirma Pedro Matias, presidente do ISQ.
Neste âmbito, o ISQ promoveu um encontro com investigadores do Centro de dessalinização e reutilização da água (WDRC) desta universidade para debater tendências e desafios neste sector tendo também estado presentes entidades como a EDP, a Galp, as Camaras Municipais de Albufeira, Mafra, Loulé, Sintra, Setúbal e ainda a Associação de Hotéis do Algarve e as Águas de Santo André.
As alterações climáticas indicam que, no futuro, o tema da seca prevalecerá na ordem do dia. E, em todo o mundo, a dessalinização é vista cada vez mais como uma resposta possível aos problemas da qualidade e da quantidade da água já que com o crescimento da população, o calor extremo e as secas prolongadas, associadas às mudanças climáticas, será uma questão que se irá colocar cada vez mais. “Este é, portanto, o momento certo para se tomarem medidas concretas e consubstanciadas no conhecimento e lições aprendidas adquiridos por países que já têm larga experiência na implementação destas fábricas”, acrescenta Pedro Matias.
O Algarve, por exemplo, consome 234 milhões de m3 de água por ano e com uma central dessalinizadora 1/3 poderia ser produzido a partir de água do mar. Sendo o Turismo a principal fonte de receitas do Algarve, sem as commodities necessárias, neste caso a água, não poderá dar resposta à procura. Por isso mesmo está em debate desde 2022 a construção de uma central de dessalinização em Albufeira, a primeira do país.
No caso da Arábia Saudita, atualmente, metade do abastecimento de água doce – um país com 33 milhões de habitantes e dos mais secos do planeta – é feito com água dessalinizada. O abastecimento da própria universidade de Kaust é feita com esta água.
Mas o processo de dessalinização é dispendioso e exige um grande consumo de energia. Dever-se-á para este consumo privilegiar o recurso a energias renováveis, como a energia solar e outras. Contudo, qualquer método utilizado para a dessalinização irá produzir uma salmoura concentrada como resíduo, cujo fim está a ser analisado sob diversas formas e tendo em conta as exigências ambientais e climáticas.
Serviços ISQ para a dessalinização:
O ISQ apoia o setor da água nas várias fases do ciclo de vida destas infraestruturas. A instalação de centrais de dessalinização terá de passar por estas fases e o ISQ presta apoio ao nível de:
- Projeto: revisão de projeto, preparação de especificações técnicas, monitorização ambiental, análises águas;
- Licenciamento: estudos de avaliação ambiental, apoio na instrução de processos de licenciamento;
- Construção, Comissionamento: atividades de QC/QA, supervisão e inspeção técnica, consultoria retrofitting, consultoria energética e hídrica, consultoria e ensaios finais de processo (bombas, membrana), ensaios químicos, ensaios de materiais, ensaios não destrutivos;
- Exploração: gestão de ativos, gestão do risco, in-service inspection, conformidade legal, sustentabilidade, digitalização.