ISQ MUDA O PARADIGMA DE MANUTENÇÃO DE TURBINAS EÓLICAS
O maior centro de interface tecnológico de Portugal vai ajudar a desenvolver, em parceria com a Eptune Engineering, uma solução mais sustentável no quadro de operações de manutenção das pás das turbinas eólicas, através da realização de ensaios a materiais. Em causa está a conceção de componentes inovadoresque integram uma nova solução de plataforma móvel para acesso a torres eólicas, permitindo a sua inspeção/reparação de forma mais fácil, segura e com uma maximização de disponibilidade de acesso, minimizando os tempos mortos de acesso devido a condições meteorológicas adversas.
O projeto denomina-se Easy Platform e irá permitir tornar mais consistente e rentável o processo de inspeção e reparação das turbinas eólicas. Em causa está o desenvolvimento de uma plataforma de trabalho mais flexível na sua utilização e instalação, através de técnicas de fixação mais avançadas e otimizadas. Simultaneamente, a plataforma será equipada com sistemas de proteção avançados que permitem a sua utilização em condições meteorológicas desfavoráveis. Passará, agora, a ser possível intervenções mais seguras para os trabalhadores envolvidos bem como para os equipamentos necessários às mesmas, aumentando o número de dias anuais em que as mesmas podem ser realizadas.
O ISQ participa no desenvolvimento e realização de uma série de ensaios a materiais, componentes e estruturas metálicas tais como: força magnética de ancoragem; força limite de ventosas ativas; caraterização de cordas e de avaliação de estruturas metálicas; caracterização de resistência mecânica de materiais utilizados no projeto. O processo foi desenvolvido no Laboratório de ensaios Especiais do ISQ (localizado em Castelo Branco) e no LABMAT-Unidade de Ensaios Mecânicos (UEM).
A Easy Platform vem, assim, dar resposta às questões inerentes à manutenção (dispendiosa) dos componentes das turbinas eólicas e respetivas reparações, muitas vezes causadas, por exemplo, por danos resultantes de impactos de aves, quedas de relâmpagos ou avarias nos seus sistemas mecânicos ou elétricos. Para além da sua manutenção ser habitualmente realizada por meio de cordas ou plataformas de alumínio suspensas, colocando em causa o princípio da segurança ativa dos técnicos; esta atividade só é viável se as condições climatéricas o permitirem, o que pode levar a uma redução de 40 a 70% do tempo disponível para estas operações ao longo do ano. Por consequência, estas limitações não só encarecem os custos de manutenção como geram significativas perdas na produção de energia.